sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Edival Barbosa Sena - Polo de Bataguassu

Eu subdividi o estagio em três grandes etapas: 1- Observação da aula 2-Planejamento do conteúdo 3- execução da aula.
A etapa de observação contribuiu para conhecer nuances dos tramites de uma aula, desde a explicação do conteúdo até a aplicação das atividades.
Contudo nessa fase o que mais destoou no mini curso em relação a sala de aula, foi o interesse dos alunos, no mini curso todos estavam muito envolvidos com o conteúdo, eu acredito que seja pelo fato de que no mini curso só estavam alunos que realmente queriam estar na sala.
O planejamento da aula foi o mais difícil, pois eu e meu companheiro precisávamos elaborar atividades para alunos com quem ainda não tínhamos tido contato, em tese sabíamos apenas qual seria suas séries, mais mesmo isso não ocorreu na prática, pois tivemos alunos de outras séries para o qual a atividade não seria adequada.
Uma coisa importante sobre o planejamento da atividade que tanto eu como meu amigo de curso percebemos, foi que se pudéssemos realizar o planejamento depois de conhecer as limitações dos alunos, poderiam ter feito um trabalho muito melhor, outro aspecto ainda nessa linha que nós também percebemos é que enquanto dávamos as aulas e procurávamos sanar as dúvidas da turma, encontrávamos novas respostas, surgiam novas dúvidas é ficamos com muita vontade refazer tudo, porque sentíamos que tínhamos naquele momento aprendido novas formas de fazê-lo.  
A aula em si foi bem legal, os alunos participavam com entusiasmo, eu e meu amigo Adriano conseguimos dosar bem o fato de eu falar de mais, e ele de menos.
Na aula da manha ocorreu um fato que merece ser mencionado, eu me estendi demais na explicação da primeira atividade, meu companheiro Adriano me chamou e  alertou-me sobre o problema, pois já tínhamos começado o curso com atraso de meia hora. Em decorrência disso precisamos acelerar o conteúdo  no período  da manha, acredito que por esse motivo, a aula foi menos produtiva que a da tarde.
No período da tarde já mais consciente do tempo desenvolvemos o curso melhor, e a aula foi mais fluida.
Esse tipo de experiência docente sempre desperta em mim o desejo de estar em sala de aula e, acredito que por isso vou me sentir mais confiante no futuro de iniciar uma carreira como professor.

 A escola
 A escA escola está localizada em um lugar de “destaque” na cidade, no alto de um morro, onde por muitos anos serviu de “camarote” para pessoas (inclusive eu), observarmos a cidade, pois a visão é ampla e agradável. Ficávamos ali e até mesmo descíamos as escadas até o portão que ficava aberto, mas tínhamos um compromisso com escola e com nossas famílias, e aquele portão mesmo aberto, parece que nos cercava, tanto que o nosso limite era até ali. Hoje a paisagem e o contexto se modificaram, com o aumento da demanda de alunos os espaços foram preenchidos com salas de aulas, os alunos não têm acesso ao morro, porque uma grade de ferro os mantêm em um pequeno pátio cercado por construções; é a real situação do desenvolvimento e dos perigos que rondam nossas escolas.
A escola é a maior da cidade e atende mais de mil alunos, é bem equipada com sala de tecnologia, biblioteca e espaços adequados para atender toda esta demanda como uma cozinha ampla, banheiros em quantidade suficiente para o número de alunos e quadra coberta.

Os alunos
 O grupo de alunos é muito animado, a turma do primeiro ano é difícil de trabalhar, eles não mostram interesse nas atividades estão sempre conversando assuntos que não diz respeito as aulas, estão em uma fase de agito e inquietação; mas mesmo assim em nem um momento se dirigiram com desrespeito com os estagiários e nem com os colegas. Mas o interessante é que mesmo sendo assim, percebe-se que ainda possuem princípios, pois quando são chamados a atenção eles vêm e pedem desculpas pelo fato ocorrido, coisa que já não vemos com frequências nesta fase da juventude.
 O grupo do segundo ano já é mais disciplinado e concentrado no curso, desenvolvem as atividades com mais empenho e dedicação, talvez por serem mais amadurecidos e terem um foco maior naquilo que querem. 

Elaboração dos planos
 A elaboração dos planos ainda apresenta um certo grau de dificuldade talvez pela falta de materiais, mas especialmente pela falta de tempo de encontrar com a colega com quem dividimos a execução do estágio, devido à distância, e comunicação acaba sendo mais por meios de comunicação.
O que favoreceu bastante foram as aulas de Didática de Espanhol na qual já tínhamos elaborado planos com atividades semelhantes as do estágio, e especialmente a dedicação da professora orientadora Daniele, que de maneira educada nos cobra na medida certa um bom desempenho nas atividades.

A execução dos planos
 Quanto a execução dos planos encontrei dificuldades sim, pois apesar de fazer um estudo de todo o material preparado, no decorrer do curso temos a preocupação que podem surgir perguntas que no momento não temos facilidade para resolver. Como alguns alunos não têm interesse nas atividades acabam atrapalhando o trabalho daqueles que querem participar.

A atuação
 Atuar como professor de língua estrangeira, ainda me assusta pela falta de domínio do conteúdo e ser uma área nova para mim, e também porque existe uma preocupação em trabalhar com estes adolescentes que muitas vezes apresentam rebeldia em sala de aula.
 Mas posso dizer que foi muito bom atuar como professora de língua estrangeira, mesmo com todas as dificuldades que aparem a sala de aula me traz uma emoção singular, poder partilhar algo com os alunos é muito gratificante, pois você nunca fica somente no repasse de conteúdo, acabamos partilhando um pouco da vida um do outro. Poder descobrir que muitos não são rostos novos e sim os filhos de pessoas com as quais você já estudou ou conviveu em algum lugar de uma cidade pequena como a nossa.

 Por fim vejo que é uma pena, ver como a profissão do docente vem sendo tão desvalorizada, tanto no financeiro como no prestígio, e mesmo assim se fala em educação de qualidade e melhorias no ensino público no Brasil. Para ser professor hoje é preciso ter coragem e fazer um bom trabalho independente de sua valorização, pois o aluno não é culpado destes problemas que vem atingindo cada vez mais esta classe tão importante para o desenvolvimento do nosso país. Vejo que: Ou se faz um bom trabalho que honre o seu nome e o desenvolvimento do aluno, ou faz como muitos outros que desistem da profissão, o que vem defasando cada vez mais o ensino no Brasil.

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