quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sandra Zilmar Lemos Dias - Polo de Costa Rica


O estágio funciona como uma janela do futuro, através do qual o aluno antevê seu próximo modo de viver. Deve ser uma passagem natural do “saber sobre” para o “saber como”, um momento de validação do aprendizado teórico em confronto com a realidade é uma forma de aproximar os alunos das necessidades do mundo do trabalho criando oportunidade de exercitar a prática profissional além de enriquecer e atualizar a formação acadêmica.
A Escola Estadual José Ferreira da Costa, localizada à Avenida José Ferreira da Costa, nº 1374, no centro da cidade de Costa Rica - MS foi o campo escolhido para a realização do nosso estágio. Referência de ensino nesta cidade, sua ligação com a comunidade é bem representativa. Sua fundação data de janeiro do ano de 1977 e seu nome foi dado em homenagem ao fundador da cidade, figura marcante na construção do pequeno povoado que outrora se formara. O corpo discente é formado por cerca de 1.200 alunos, regularmente matriculados do 1º ao 9º anos do Ensino Fundamental e Ensino Médio. 67 profissionais, entre professores, secretários, coordenadores pedagógicos, e auxiliares de limpeza.
No dia 03 de março de 2012, iniciamos o período de observação, onde estivemos nas salas do 6º ano, 8º ano e 9º ano, três salas completamente distintas não só pelo conteúdo como também pelo número de alunos e comportamento. A sala do 6º ano contava com 40 alunos matriculados regularmente, na faixa etária de 11 a 17 anos. No 8º ano nos deparamos com uma turma de 45 alunos, muito apertados dentro da sala que possuía um sistema de ventilação e iluminação precário. A turma do 9º ano era composta por 43 alunos, porém esta sala era um pouquinho maior e não ficavam os alunos tão apertados entre si. Dando sequencia vamos falar sobre o estagio de coparticipação no qual muito nos decepcionamos, principalmente por que lemos Irandé Antunes e ficamos com aquela concepção de que é preciso fazer algo mais, ir além... (...)E o que vimos foi alunos de 8º e 9º ano copiando textos por aulas inteiras a fio, principalmente no 8º ano (o que nos pareceu mais uma falha forma de mantê-los ocupados o que se pode fazer com uma atividade com sentido real e objetivo bem definido), lembrávamo-nos do livro Muito além da gramática nos entreolhávamos e infelizmente nada podíamos fazer, éramos apenas estagiárias...
Durante a regência, tentamos fazer a diferença, iniciamos com um vídeo motivacional, conversamos sobre ele, redistribuímos carteiras em círculos e/ou em semicírculos, expusemos o passo-a-passo de nossas aulas, apresentamos os vídeos, discutimos, debatemos, interrogamos, falamos e procuramos também ouvi-los (atividade essa onde percebemos a grande dificuldade que eles possuem em se expressar). Quando finalmente propusemos uma produção textual foi que notamos a falta de repertorio dos alunos, pois vimos alunos do último ano do ensino fundamental escrevendo como se suas produções fossem as primeiras de sua existência escolar, desesperamo-nos.   
Foi uma tarefa difícil, até por que era preciso retomar as produções textuais reestruturá-las, apontar os melhores caminhos para melhorá-las e tempo para isso não tivemos.
Chegamos ao final do estágio, com a conclusão de que é preciso ter a postura efetiva de profissional que se preocupa verdadeiramente com o aprendizado buscando despertar no educando a consciência de que ele não está pronto, aguçando nele o desejo de se complementar, capacitá-lo ao exercício de uma consciência crítica de si mesmo, do outro e do mundo, como dizia Paulo Freire. 

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