O estágio funciona como uma janela do futuro, através do qual o aluno
antevê seu próximo modo de viver. Deve ser uma passagem natural do “saber
sobre” para o “saber como”, um momento de validação do aprendizado teórico em
confronto com a realidade é uma forma de aproximar os alunos das necessidades
do mundo do trabalho criando oportunidade de exercitar a prática profissional
além de enriquecer e atualizar a formação acadêmica.
A Escola Estadual José Ferreira da Costa, localizada à Avenida José
Ferreira da Costa, nº 1374, no centro da cidade de Costa Rica - MS foi o campo
escolhido para a realização do nosso estágio. Referência de ensino nesta cidade,
sua ligação com a comunidade é bem representativa. Sua fundação data de janeiro
do ano de 1977 e seu nome foi dado em homenagem ao fundador da cidade, figura marcante
na construção do pequeno povoado que outrora se formara. O corpo discente é
formado por cerca de 1.200 alunos, regularmente matriculados do 1º ao 9º anos
do Ensino Fundamental e Ensino Médio. 67 profissionais, entre professores,
secretários, coordenadores pedagógicos, e auxiliares de limpeza.
No dia 03 de março de 2012, iniciamos o período de observação, onde
estivemos nas salas do 6º ano, 8º ano e 9º ano, três salas completamente
distintas não só pelo conteúdo como também pelo número de alunos e
comportamento. A sala do 6º ano contava com 40 alunos matriculados
regularmente, na faixa etária de 11 a 17 anos. No 8º ano nos deparamos com uma
turma de 45 alunos, muito apertados dentro da sala que possuía um sistema de
ventilação e iluminação precário. A turma do 9º ano era composta por 43 alunos,
porém esta sala era um pouquinho maior e não ficavam os alunos tão apertados
entre si. Dando sequencia vamos falar sobre o estagio de coparticipação no qual
muito nos decepcionamos, principalmente por que lemos Irandé Antunes e ficamos
com aquela concepção de que é preciso fazer algo mais, ir além... (...)E o que
vimos foi alunos de 8º e 9º ano copiando textos por aulas inteiras a fio,
principalmente no 8º ano (o que nos pareceu mais uma falha forma de mantê-los
ocupados o que se pode fazer com uma atividade com sentido real e objetivo bem
definido), lembrávamo-nos do livro Muito além da gramática nos entreolhávamos e
infelizmente nada podíamos fazer, éramos apenas estagiárias...
Durante a regência, tentamos fazer a diferença, iniciamos com um vídeo
motivacional, conversamos sobre ele, redistribuímos carteiras em círculos e/ou
em semicírculos, expusemos o passo-a-passo de nossas aulas, apresentamos os
vídeos, discutimos, debatemos, interrogamos, falamos e procuramos também
ouvi-los (atividade essa onde percebemos a grande dificuldade que eles possuem
em se expressar). Quando finalmente propusemos uma produção textual foi que
notamos a falta de repertorio dos alunos, pois vimos alunos do último ano do
ensino fundamental escrevendo como se suas produções fossem as primeiras de sua
existência escolar, desesperamo-nos.
Foi uma tarefa difícil, até por que era preciso retomar as produções
textuais reestruturá-las, apontar os melhores caminhos para melhorá-las e tempo
para isso não tivemos.
Chegamos ao final do estágio, com a conclusão de que é preciso ter a
postura efetiva de profissional que se preocupa verdadeiramente com o
aprendizado buscando despertar no educando a consciência de que ele não está
pronto, aguçando nele o desejo de se complementar, capacitá-lo ao exercício de
uma consciência crítica de si mesmo, do outro e do mundo, como dizia Paulo
Freire.
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